Confira 10 inovações médicas que prometem revolucionar a saúde em 2014

Os avanços da ciência e tecnologia podem ser definitivos nos tratamentose prevenções de uma série de doenças. Pensando nisso, a Clínica Cleveland, centro médico e de pesquisa científica dos Estados Unidos, perguntou a mais de 100 de seus principais especialistas quais das últimas descobertas médicas poderão revolucionar a saúde no ano de 2014 e montou um top 10 de inovações promissoras. Confira:

Sofosbuvir para tratar hepatite C

Mais de 350 mil pessoas morrem todos os anos de complicações hepáticas relacionadas à hepatite C. Agora, surgiu um novo tratamento para a doença chamado Sofosbuvir, que já foi aprovado pelo órgão regulamentador de alimentos e remédios dos Estados Unidos, o Food And Drug Administration (FDA). Segundo a hepatologista Raquel Silveira Bello Stucchi, do grupo de hepatites do Hospital das Clínicas de São Paulo, a aprovação no Brasil possivelmente será em curto intervalo de tempo, mas a sua incorporação no arsenal disponível no SUS deverá ser mais tardia.

Sua promessa inclui os mais altos índices de cura de todos os tempos, redução do tempo de tratamento e menos efeitos colaterais. O medicamento seria o primeiro de uma nova geração de drogas para hepatite C, chamados antivirais de ação direta. A hepatologista afirma ainda que a medicação parece ser muito bem tolerada e os efeitos colaterais são atribuídos a outras drogas que fazem parte do tratamento da hepatite C junto com o Sofosbuvir – ou seja, essa droga tem pouco ou nenhum efeito colateral.

Testes genômicos para tratamento do câncer

Os testes genômicos se concentram em grupos de genes e como eles interagem nas células cancerosas, bem como o papel que desempenham no desenvolvimento da doença. Os testes baseados nesta ciência podem analisar os genes no tumor do paciente para prever como ele irá se comportar e a partir dessas informações o médico irá escolher o tratamento mais preciso para atacá-lo.

Os testes genômicos podem ser informativos na capacidade do organismo ativar uma droga (entender se o câncer daquela pessoa expressa determinado mecanismo que pode ser inibido com o medicamento, por exemplo), na seleção de qual droga deve ser usada e no ajuste de dosagem de outras drogas. O uso de medicamento em excesso ou em quantidades inadequadas leva a efeitos colaterais ou a ineficiência do tratamento – e isso pode ser determinado com precisão de acordo com testes farmacogenéticos.

Transplante fecal

A microbiota intestinal é o conjunto de bactérias que moram no intestino e são responsáveis por digerir os alimentos. Elas existem em um delicado estado de equilíbrio, que pode ser afetado com o uso de medicamentos antibióticos ou então por uma questão genética. “Recentemente se descobriu que a microbiota intestinal é claramente um fator etiológico para desenvolvimento do sobrepeso e da obesidade, isso quer dizer que alterações nesse órgão podem favorecer o ganho de peso”, explica o nutrólogo Durval Ribas, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

O desequilíbrio da microbiota intestinal pode contribuir para o desenvolvimento de uma inflamação sutil, típica da obesidade, que se espalha pelo organismo e interfere no aproveitamento da insulina, favorecendo o diabetes. Nessa situação, o transplante fecal pode ser uma saída eficiente. Retiram-se as fezes de um indivíduo saudável, fazendo uma ultracentrifugação. O objetivo é restaurar o equilíbrio bacteriano e combater infecções e doenças. Os estudos que determinam as indicações para esse procedimento ainda são iniciais, mas a esperança é que ele pode ser utilizado como medida terapêutica para diversas doenças intestinais.

TMAO para monitorar o coração

O TMAO fornece uma ferramenta de triagem precisa para prever os riscos futuros de ataque cardíaco, AVC e morte em pessoas que não tenham esse risco identificado por fatores tradicionais e exames de sangue. Um estudo publicado no New England Journal of Medicineacompanhou mais de 4.000 adultos durante três anos em média e revelou que pessoas com os mais altos níveis de TMAO tiveram um risco significativamente aumentado de morte por doenças cardiovasculares e sofrer um infarto não fatal ou AVC, se comparados com aqueles com os mais baixos níveis da substância.

O teste de laboratório para investigação de TMAO já está disponível em alguns países. Os especialistas acreditam que essa descoberta pode levar a recomendações nutricionais personalizadas para ajudar os pacientes a reduzir o risco cardiovascular.

Serelaxina para insuficiência cardíaca

A serelaxina é uma versão sintética do hormônio natural relaxina-2 humana recombinante, que atua aumentando o fluxo sanguíneo do corpo, o que ajuda o coração a trabalhar de forma mais eficaz. Além disso, o medicamento funciona como um anti-inflamatório, amenizando os danos causados pelos episódios de insuficiência não só no coração como também em outros órgãos que dependem do bom funcionamento deste, por exemplo o fígado. O medicamento deve ser administrado em perfusão até 48 horas após um episódio de insuficiência cardíaca ou ataque cardíaco.

O tratamento é eficaz na diminuição de sintomas de falta de ar, excesso de fluído no sangue e pressão arterial normal ou elevada em pacientes com insuficiência cardíaca aguda. Além disso, a droga mostrou-se segura, com poucos eventos de hipotensão arterial associados à medicação. Uma vez aprovado, a serelaxina vai se tornar o primeiro avanço do tratamento para a insuficiência cardíaca aguda em duas décadas.

Dispositivo para controlar convulsões

Para cerca de 30% dos pacientes com epilepsia, o tratamento tradicional não consegue controlar as convulsões. Para essas pessoas um novo dispositivo foi criado: ele detecta disparos neurológicos de um ataque iminente e libera pulsos elétricos curtos para interrompê-los antes dos sintomas apareçam.

Cirurgicamente implantado sob a superfície do crânio, o aparelho detecta que o seu cérebro irá sofrer um ataque epilético e libera descargas elétricas para conter a crise antes mesmo de ela acontecer. O dispositivo ganhou o apoio unânime da Food and Drug Administration e pode ser uma esperança no tratamento de pacientes com epilepsia grave.

Prótese de retina

Mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo têm retinite pigmentosa, uma doença cuja consequência mais devastadora é a cegueira. A maioria das pessoas com retinite pigmentosa ficam cegas aos 40 anos. Porém, a prótese de retina surge como esperança para o tratamento.

Essa tecnologia combina uma prótese de retina implantada cirurgicamente, na parte de trás da superfície interna do olho, que grava imagens em padrões de luz e cor. Juntamente com a prótese de retina, o produto depende de uma minicâmera montada em um par de óculos de sol para capturar uma imagem e enviar as informações para um processador de vídeo, que fica acoplado no cinto do paciente em conjunto com um microprocessador sem fio e bateria.

“O implante de retina não restaura visão completa, mas permite ao paciente detectar a luz e a escuridão no meio ambiente e identificar a localização ou o movimento de pessoas e objetos”, afirma o oftalmologista Alfredo Tranjan, diretor do Tranjan Hospital de Olhos.

Sistema de monitoramento de anestesia

O registro de paciente com anestesia é hoje um dos relatos mais detalhados de toda a medicina – justamente por isso é altamente difícil de fazer. Para facilitar esse monitoramento, um novo sistema de gestão visa simplificar esse registro e melhorar as decisões tomadas na sala de cirurgia.

Combinando a mais recente tecnologia de computador e microeletrônica, o sistema produz um registro de anestesia completo, incluindo tudo o que acontece antes, durante e após a cirurgia. O dispositivo ainda emite um alerta quando um paciente está enfrentando um problema potencial que exige um acompanhamento diferenciado.

Estação de sedação para exames

A colonoscopia é essencial para a detecção de câncer de cólon e outras doenças do aparelho digestivo. Porém, os custos do exame muito altos para os sistemas de saúde, uma vez que é necessário um anestesista à disposição durante todo o exame, enquanto os testes regulares dependem apenas do médico ou técnico que realiza o procedimento. Pensando nisso, cientistas desenvolveram uma estação de sedação assistida por computador que pretende acabar com a dependência de anestesista para procedimentos simples.

Essa nova tecnologia permitiria que outros profissionais de saúde possam ministrar o sedativo no paciente com menor risco. Ela funciona por meio de um computador, que contém um mecanismo responsável por ministrar o sedativo que está sendo oferecido ao paciente enquanto o técnico faz o exame, eliminando a necessidade de um profissional para fazer o monitoramento da anestesia. Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration pré-aprovou a estação em 2013, e a tecnologia tem previsão para ser colocada em prática em 2014.

Inibidores de BTK para tratar Leucemia

Os linfócitos B são um tipo de célula que constitui o sistema imune, atuando na produção de anticorpos contra organismos estranhos em nosso corpo, combatendo infecções e fortalecendo sua imunidade. Entretanto, como a maioria das células em seu corpo, os linfócitos B podem se tornar cancerosos. Só no Brasil são esperados quase 10 mil casos de leucemia por ano.

A aposta da Clínica Cleveland é o Ibrutinibe, um medicamento inibidor de BTK, uma proteína presente nos linfócitos B. A mutação do BTK pode fazer com que as células B da pessoa comecem a se multiplicar de forma desenfreada, dando origem a um tumor. “Nesse sentido, o medicamento funcionaria como terapia alvo, agindo diretamente no BTK e inibindo a multiplicação dos linfócitos B”, explica Emmanuel Dias-Neto.

Adaptado via Minha Vida

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